Sinopse:
Nas profundezas de uma floresta no Peru, uma massa negra devora um turista americano. Em Mineápolis, nos Estados Unidos, um agente do FBI descobre algo terrível ao investigar a queda de um avião. Na Índia, estranhos padrões sísmicos assustam pesquisadores em um laboratório. Na China, o governo deixa uma bomba nuclear cair “acidentalmente” no próprio território. Enquanto todo tipo de incidente bizarro assola o planeta, um pacote misterioso chega em um laboratório em Washington... E algo está tentando escapar dele. O mundo está à beira de um desastre apocalíptico. Uma espécie ancestral, há muito adormecida, finalmente despertou. E a humanidade pode estar com os dias contados.
Opinião:
Hoje em dia, em nossa sociedade, o tempo é um artigo de luxo. As pessoas não dispõem mais de horas livres para sentar e assistir a um filme ou ler um livro com calma, cada segundo é cronometrado e o tempo para diversão é extremamente apertado, a escolha de ler um capítulo a mais ou ver outro episódio daquela série favorita à noite se reflete, no dia seguinte, em forma de atraso ou cansaço. A verdade é que para os leitores de hoje a agilidade é algo essencial, e para suprir essa necessidade acompanhamos o nascimento dos chamados "livros comerciais" ou "livros fast-food", obras com tramas rápidas e de digestão fácil. Livros que podem ser devorados em questão de horas e não exigem muita atenção durante a leitura, o tipo que você vê nas mãos de pessoas em filas de bancos, ônibus, metrô... Histórias que são tão fascinantes e imersivas quanto um filme, mas que assim como o mesmo começam a ficar borradas logo após os créditos finais, ou no caso as últimas páginas. Depois de uma semana você não consegue mais lembrar o nome dos protagonistas, após duas semanas algumas cenas ainda permanecem em sua memória e em um mês... A Colônia de Ezekiel Boone é um desses livros.
O que não significa que seja uma obra ruim. Na verdade Ezekiel Boone conseguiu fazer algo incrível em seu primeiro livro, pegar um tema clichê dos livros e filmes de terror dos anos setenta, animais assassinos, e reinventá-lo para os dias atuais transformando-o em um pesadelo moderno, o "assustador aracnoapocalipse." Aranhas assassinas que devoram carne humana e ainda utilizam seu corpo como uma incubadora viva? Como uma premissa dessas pode não ser assustadora? Eu lhe digo como: a ambientação. A Colônia peca por possuir um enredo fraco e batido, a clássica história de ação que vem sendo reescrita por hollywood nas últimas décadas. O governo americano, com seus agentes e especialistas, correndo contra o tempo para deter uma ameça de escala global, que tanto pode ser terrorista, russa, zumbi, alienígena, no caso, insira como ameça "aranhas assassinas." O típico livro que já foi escrito pensando na adaptação cinematográfica, está tudo lá, até as cenas em 3D!
A narrativa de Ezekiel Boone é viciante, consegue te seduzir logo nas primeiras páginas, é aquela estória em que você sabe o que acontecerá no final (são aranhas assassinas, cara) mas mesmo assim a construção da tensão consegue te deixar preso até a conclusão. Mas aí jaz o grande problema do livro, as páginas voam tão rápido, você devora o livro com tanta voracidade, que ao chegar no final você não acredita no que lê. Primeiro você pensa que páginas estão faltando, não é possível que um autor construa uma trama com tanto cuidado para simplesmente cortar seu ápice! O livro acaba em seu melhor momento! Então você descobre que na verdade o livro faz parte de uma trilogia. Agora imagine se Tolkien tivesse publicado O Hobbit nos dias de hoje, não como um livro solo, mas seguindo a mesma fórmula de Peter Jackson nos cinemas, estendendo a narrativa apenas para conseguir fazer da história uma trilogia. Você acompanha Bilbo e os anões na busca pela montanha de Smaug e quando eles chegam lá, o livro simplesmente acaba. É essa a sensação que A Colônia passa. Como eu disse, não é livro ruim, tem todos os elementos que satisfazem o apetite dos fãs de terror, mas a conclusão falha ao entregar um produto de qualidade. Um único livro teria sido melhor.
Nota: ☠☠☠☠☠☠☠☠☠☠ (8/10 Caveiras)